O jogo dramático, diferente daquilo a que chamamos teatro, é uma actividade naturalmente presente desde os primeiros estágios da infância. 

 Este jogo manifesta-se quer nas brincadeiras em que a criança usa todo o seu Eu em jogo-pessoal, pondo o seu corpo e voz em movimento, na experiência de ser coisas ou pessoas; quer  em brincadeiras em que a acção principal se dá fora do corpo, em jogo projectado, por intermédio de bonecos ou objectos.

 Este jogo, a que assistimos a criança realizar naturalmente, cumpre um papel extremamente importante no seu desenvolvimento, na aquisição de aprendizagens, de compreensão e experimentação do contexto. 

 Nesta viagem a que a criança se propõe, o espectador e o actuante misturam-se numa dança criativa, jogando num espaço-tempo próprios e segundo regras acordadas. O Universo de acção é criado e conduzido por todos os intervenientes num ambiente de séria entrega. 

 Estas oficinas permitem e estimulam a experimentação lúdica do corpo comunicante no espaço, individualmente e na relação com o outro. A descoberta do movimento e da imobilidade, dos níveis, das direcções, do peso, do equilíbrio, da contracção e expansão, da respiração, dos sons vocais e da palavra falada, do ritmo, conduzirão a uma mais rica expressão na improvisação de histórias ou situações, construção de personagens, manipulação de objectos e fantoches ou jogos de sombras.